Paola Simão e Maria Helena Tostes (Foto: Raimundo Paccó)
Contrariando
alguns órgãos, profissionais e especialistas ambientais, que apontavam o fim de
um dos fenômenos naturais mais conhecidos do Estado Amapá, a pororoca está de
volta. Novas rotas das ondas – consideradas as mais longas em duração – estão
sendo encontradas na Vila do Sucuriju, localizada na Reserva Biológica do Lago
Piratuba, na foz do Rio Araguari, costa leste do Estado.
Para fazer o levantamento dos
dados e analisar os novos pontos desse potencial turístico, uma equipe da
Secretaria de Estado do Meio Ambiente (Sema) viaja neste sábado, 20, para o
local. O grupo de 20 pessoas será composto por especialistas em recursos
hídricos, integrantes da Defesa Civil e do Batalhão Ambiental, que contarão com
a parceria de desportistas da Associação do Surf e Standup (Assuap) e surfistas
nacionais.
Na ocasião, serão feitos os
levantamentos de dados da região, verificação dos pontos geográficos, registro
de possíveis mudanças climáticas e os períodos em que acontece o fenômeno da
pororoca.
O secretário de Estado de Meio
Ambiente, Marcelo Creão, explica que o relatório servirá para as duas frentes
de trabalho do órgão, que já planeja a criação do Plano de Recursos Hídricos da
Bacia do Rio Araguari e do Comitê da Bacia Hidrográfica do Araguari.
“Iremos fazer também o
cadastramento das lideranças locais para que possam participar do nosso comitê.
De posse dos dados, teremos como subsidiar nossas ações da melhor forma,
buscando assim diminuir os impactos ambientais e potencializar o ecoturismo no
Estado”, projetou o gestor.
A técnica da Sema Ivete Morais
explica que a presença dos surfistas será primordial. “Levando em consideração
a experiência deles será possível analisar a intensidade da pororoca e suas
possíveis novas rotas, onde elas nascem e terminam”, destacou.
O trabalho vai durar dez dias.
A equipe passará pelo Arquipélago do Bailique, percorrendo toda a costa do
município de Amapá e Tartarugalzinho, até a Vila do Sucuriju, onde ficarão
acampados no navio que dará suporte ao grupo.
Adilton Mariano e Pingo (Foto: Raimundo Paccó)
Pororoca
O fenômeno acontece a partir do
encontro das correntes fluviais com as águas oceânicas. No Amapá, alguns
fatores foram apontados como causadores do suposto fim da pororoca em anos
anteriores, como: construção de hidrelétricas no Rio Araguari e a degradação
causada pelo pisoteio de búfalos na região.
Por: Fabiola Gomes
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