Competição surgiu em 2014 e já está perto do fim (Foto:Divulgação)
A CBF não se manifesta e a
FPF, para variar, nada sabe informar a respeito. O fato é que a semana termina
com a forte boataria sobre extinção da Copa Verde em 2018, saindo do calendário
oficial. Deficitária e sem maiores atrativos para clubes e torcedores, a
competição vem se arrastando há quatro anos e só não acabou graças à presença
da dupla Re-Pa.
Não é de hoje que se comenta
sobre o fim do torneio, idealizado para substituir a antiga Copa Norte e para
dar uma força aos dois gigantes do futebol paraense. Sem patrocínio, nasceu
marcada para morrer. Em 2016, veio o beijo da morte, com a perda do acesso à
Sul-Americana, seu único real encanto.
Curiosamente, as
especulações sobre o futuro da CV surgem depois que a CBF sinalizou para sua
transformação em competição internacional, a Green Cup, agregando times da
Venezuela e dos Estados Unidos.
Na comparação com a Copa do
Nordeste, a CV expõe todas as suas fragilidades. Ao contrário da competição
nordestina, que é patrocinada e bancada pela iniciativa privada, sem depender
da CBF, o torneio de apelo ecológico vive de pires na mão.
Quanto aos números, a CV
leva uma verdadeira goleada. Enquanto a CN gratifica os clubes com R$ 600 mil
na primeira fase, R$ 450 mil na segunda, R$ 550 mil na terceira e R$ 1.250.000 para
o campeão, a CV trabalha com valores bem mais modestos: a primeira fase paga R$
15 mil, a segunda premia com R$ 30 mil e a terceira com R$ 50 mil, cabendo ao
time campeão a quantia de R$ 180 mil.
A essa altura, até a
conotação ambiental soa esdrúxula. As únicas vinculações com a preservação do
meio ambiente são a troca de ingressos por garrafas PET e o cartão verde que é
aplicado como homenagem a atletas que se destacam pelo jogo limpo.
No coração da região mais
visada e assolada pelos devastadores, a CV peca por timidez no marketing e
ingenuidade nas ações práticas. A verdade é que o gancho ambientalista é usado
como mero artifício mercadológico. Em termos práticos, nada vai além do
discurso empolado dos dirigentes.
Caso venha a ser cancelado,
o torneio não deixará saudades. Não arrasta torcidas, amplia o fosso entre
clubes dos diversos Estados e tem no Re-Pa sua maior atração. É um torneio
pobre em emoção e equilíbrio técnico.
Por
Gerson Nogueira
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